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Aug 20Liked by Cadu Carvalho

Uma história incrível. Vc manda muito bem. A história das fundições teve um novo capítulo recente que foi a compra da centenária Linotype pela centenária Monotype. E outro ponto que sempre quis saber sua opinião: a IA está para os "designers" assim como os tipos móveis estavam para os escribas?

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Alberto, dá pra dizer que essa comparação tem alguns pontos que funcionam e outros que nem tanto. A grande semelhança é que, assim como tipos móveis tiraram a repetição exaustiva do trabalho dos escribas, as IA's vem ajudando a tirar a repetição de "tarefas burras" do dia-a-dia do designer e de outras classes de trabalho. A diferença que me faz crer que a IA não vai substituir o designer pra sempre é que, quando os impressores suplantaram os escribas como padrão na indústria, houve uma significativa tomada de poder sobre o controle, apresentação e modelagem da informação. A "perda" desse poder que os designers tinham já aconteceu desde a informatização massiva do nosso trabalho, em que programadores e engenheiros de software determinam parte de como e com o quê os designers vão trabalhar, e a IA não é um passo a mais ou a menos nesse processo.

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Como professor de História e amante das letras, livros e tipos, achei bem interessante o texto!

Você conhece algum romance histórico e/ou filme que fale, ainda que de forma paralela, sobre esse processo de desenvolvimento da indústria tipográfica?

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Rogério, eu não lembro de nenhum filme ou romance histórico que aborde alguma fase da indústria tipográfica. Machado de Assis chega a flertar com isso em alguns contos, já que ele tinha sido impressor antes de enveredar para a escrita, mas também é pouca coisa. Acho que os melhores materiais audiovisuais sobre fases específicas da tipografia são alguns documentários, como "Etaoin Shrdlu" (sim, é desse jeito esquisito mesmo que se escreve, e trata do último dia das máquinas de composição a quente na redação do New York Times), "Carl Dair and P. H. Rädisch at Enschedé: The Last Days of Metal Type", "Making Faces: Metal Type in the 21st Century" e o famoso "Helvetica".

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Muito obrigado pelas dicas, Cadu! Eu conheço pouco desse universo da tipografia, mas através da sua newsletter venho me interessando mais pelo tema!

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